O CORAÇÃO SE PONDO À LUZ DA VELA
Repara no céu constelado,
nas entrelinhas dos astros:
o sussurro do silêncio infinito,
um lugar diferente de todos os outros.
Não se trata de apologia à solidão,
mas à lousa negra que respira o lume todo,
onde tudo se vê mais nítido
como a pintura rupestre dos teus dias.
O que sabes da noite, no entanto,
se no baldio dos teus olhos as estrelas morrem?
E se não sabes da noite, nada sabes do amor,
essa brancura opaca no raio x do teu peito.
Vê o sol, por exemplo, ao teu lado,
e é como se estivesses sozinho,
o coração se pondo à luz da vela,
e quem se importa
com o que se põe dentro de ti,
com as tulipas nascendo dos teus olhos?
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Felipe Fleury
O que aprendemos desde nossas mortes
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