POEMA
(A Carlos Drummond de Andrade)
Há muitas sombras no mundo
Elas ventam nas nuvens
e no ar
brilham solitárias como topázios -
gotas de luz apagadas
Os astros ventam
A sombra é o vento dos astros
No fundo das águas prisioneiras
de lagos e açudes
há um vento de águas -
sombras
No mar
refratam-se submersas
viageiras
em meio a florestas de alga -
sombra das sombras emersas
São feitas - as sombras - de ar
escuro
Lembram o tudo e o nada
O voo das sombras
gira em tono de uma coluna
sonora, o poema -
luz de dentro
Fora
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Francisco Alvim
Elefante
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