quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Francisco Alvim

 POEMA

(A Carlos Drummond de Andrade)

Há muitas sombras no mundo
Elas ventam nas nuvens
e no ar
brilham solitárias como topázios - 
gotas de luz apagadas

Os astros ventam
A sombra é o vento dos astros

No fundo das águas prisioneiras
de lagos e açudes
há um vento de águas -
sombras

No mar
refratam-se submersas
viageiras
em meio a florestas de alga - 
sombra das sombras emersas

São feitas - as sombras - de ar
escuro
Lembram o tudo e o nada

O voo das sombras
gira em tono de uma coluna
sonora, o poema - 
luz de dentro

Fora
______________
Francisco Alvim
Elefante

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