quarta-feira, 17 de abril de 2024

Edimilson de Almeida Pereira

OFÍCIO

Tatear a origem
é iludir-se. 

O escrito, à mercê
do que foi dito,
inaugura outro país. 

O que se dá nos mapas
em forma
de província, urbe
& melhorias 

não é senão um caco
de palavra. 

A origem ressona
grave,
sem nação ou pacto.
Há quem a leve 

no bolso, em crimes
que nos deserdam. 

Outros a curtem sob a
forma de bois de aluguel.
Ou a costuram em óleos
santos.
 
Mas há os ferinos e seu
humour
que tira o minério
das conchas.
Por eles a origem despista
rendas, misérias
e outros benefícios.

Pela origem
somos-não-somos.
Espécie que escreve
para esquecer.
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Edimilson de Almeida Pereira
qvasi

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