você não vê mas há no deserto
uma poça em desequilíbrio, uma oração antiga, movediça
o grito de uma criança, o código preciso da invocação
a penumbra que reside nas distâncias
ter um deserto que não se fecha, enegrecer o calvário
a tíbia, a quentura de uma geografia,
os nomes que moram no abandono
ser a sua própria imigrante a promessa definitiva
a posterioridade falhada
*
*
guardar no colo o próprio apagamento.
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Raquel Gaio
manchar a memória do fogo
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